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Por que escolhi essa profissão e minhas experiências

Relato da participante do Grupo Chaverim, Sandra Hein


Tudo começou quando

tentava imaginar o que eu realmente

queria fazer quando crescesse.

Não lembro qual era a minha idade,

mas já era um bom começo.


Primeiramente viajava muito de avião

para visitar os meus avós, e ficava

fascinada, pelas aeromoças, que nos recebia, e me levava na cabine do

piloto, e tive um grande olhar de uma criança que vi a primeira vez. A reação que tive fiquei abismada, ao olhar a vista lá do alto, e o painel tão grande, os pilotos foram muito simpáticos comigo, por isso foi uma das escolhas da profissão de ser aeromoça.


Achava e ainda acho que são muitos chiques com aqueles uniformes. E esbeltas.

Uma das viagens mais recente, uns 30 anos atrás, andei num jatinho da Itália para Veneza, e fiquei surpresa, ou melhor de queixo caído. Imagina uma aeromoça super alta servindo a

gente num jatinho? Deu para imaginar?


Ela teve que andar ajoelhada!


Naquele momento tive pena dela, tive que conter o riso para não chatear ou deixar

constrangida. Fora do avião eu ri muito.

Não entendo por que elas têm que ser altas?


Também outras qualidades que via era viajar pelo mundo todo, conhecer novas culturas, pratos, falar várias línguas, por este motivo eu acabei descartando, porque não teria nenhuma chance.


Outra coisa que que me admirava era a minha prima que é professora de Educação Física, também pensava em ser professora até que ela me chamou para cuidar de uma criança que tinha atrasos para idade dele. Tinha que ensinar e acompanhar o desenvolvimento dele.

Ela dava aula de natação na academia e está criança, não sabia nadar, e tinha pavor de água.


Aos poucos foi ensinando a brincar na piscina e no final das contas acabou com uma boia de braço. Acabou indo para casa e combinou comigo de trabalhar com ele no período da tarde 2 vezes. Antes de começar, me explicou passo a passo como proceder.


Fiquei maravilhada pelo fato de ter me chamado, e confiado em mim, estudava de manhã, estava na 8 série. Vou chamar a criança de Diogo, tinha 3 anos e meio não sabia engatinhar, nem andar e nem falar.


Comprei joelheira, para rastejar com ele, ensinar na brincadeira, colocava músicas para ficar com o ambiente mais harmônico ou eu mesmo cantava as músicas infantis. Assim que ele aprendeu, já fui ensinando a engatinhar, ensinei a sentir, ter o tato, fui percebendo o

grande progresso nele e como sentia que ele ria, era muito fofo, carinhoso, alegre, e no final, percebi que era muito feliz, adorava e acreditava que ia superar.


Amava demais este trabalho. Lembro quando estava deitada de barriga para cima e ele me olhando todo feliz e sorridente. Diogo aprendeu a rastejar, engatinhar, ter tato e a falar,

imagina em quanto tempo? Em 3 meses, acredita? Pois é, com muito amor, perseverança,

persistência e paciência consegui e eu mesmo não acreditei.


O que me arrependi foi que não fiz um diário sobre o desenvolvimento dia a dia. E eu não conhecia, anotando passo a passo como se fosse um diário, assim deste jeito que o professor que anota.


E o progresso em tão pouco tempo. Foi adotado e infelizmente onde esteve ninguém trabalhou com ele para ter uma infância sem atraso.


A minha prima, ficou muito feliz com o meu trabalho e percebi que o meu trabalho acabou,

estava radiante e feliz ao mesmo tempo, triste sabendo que não vinha mais e que teria uma nova etapa em sua vida. Minha prima me disse que o Diego ia para Rio de Janeiro, ver o médico, este ficou pasmo, não quis acreditar que em tão pouco tempo, já aprendeu tudo!


Nenhuma escola especial tinha aceitado! Assim que voltaram os pais queriam conhecer só que eu não queria ver porque já estava sofrendo com o processo de separação. Foi muito

triste, levei muito tempo para não ficar sentida, mas sim orgulhosa do que fiz!


Daí descobri que tinha jeito de trabalhar com crianças especiais


Resolvi estudar para ser professora, onde consegui, de muito custo, muita luta, mas fiz em 3 anos muito puxados, com as matérias reduzidas, mas os estágios continuavam iguais, imagina quantas horas que tinham que fazer.


Acordava muito cedo às 5 horas e chegava em casa as 23:45 de ônibus.

Ainda comia e estudava um pouco e finalmente desmaiava de sono!


Tinha muito jeito na área de educação infantil, com crianças maiores não queria trabalhar, e muito menos abrir uma escola e ser diretora, uma enorme responsabilidade!


Fiquei muito contente por ter conseguido e lutado por aquilo que almejei e não desisti do meu primeiro obstáculo. Me fez concretizada e realizada.


O meu primeiro emprego foi numa escola muito rígida da qual não consegui me adaptar, por isso fiquei apenas um mês. Depois fui a um berçário onde trabalhei com uma criança com paralisia cerebral, o meu papel de trabalhar com ele foi dar a refeição, desenvolver através das brincadeiras, cantava direto com as músicas infantis. Aquele sorriso gostoso. Saí de lá por motivo de mudança, fiquei três anos.


Um dia bem mais tarde talvez um ou dois anos, o vi no shopping Iguatemi, ele junto com o pai e a mãe andando, fiquei hiperfeliz e emocionada! Ele me viu e fez um sorriso de canto a canto, a alegria constante! Fui a uma escola de natação em seguida, e trabalhei com uma criança com síndrome de Down, lá infelizmente não me sentia à vontade.



Fui ao outro berçário. Em seguida peguei uma escola, lá o espaço não era muito adequado. Fiquei quase 1 ano sem trabalho, pedi para a coordenadora do Grupo Chaverim para trabalhar numa escola judaica, onde fiquei 16 anos até fechar a Educação Infantil.


Durante este período deste trabalho, fiz vários estágios em várias escolas

diferentes, não que estão listadas acima.


Hoje, talvez tenha me arrependido! Se tivesse feito o restante que faltava, para complementar que estaria faltando e tirando o diploma de Pedagogia, mesmo que não quisesse trabalhar com crianças maiores? E eu era muito feliz com o meu trabalho, seria

diferente?


Esta foi a minha vida profissional e minhas experiências!

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